domingo, 23 de fevereiro de 2020

Processo de Cura


Olá meus amados pudins!!

Primeiramente: Feliz 2020 super atrasado! :p

Eu começei a escrever este texto no meio do meu fim de semestre com 2 provas da cadeira mais difícil da faculdade e com muito conteúdo para estudar, e estou concluindo ele no carnaval. Demorei, mas concluí :p

De uns tempos para cá eu estou convivendo com certos pensamentos que compõem este texto na minha cabeça, e como eu não atualizo o blog há algum tempo, acho que chegou a hora de por essas coisas para fora.

WARNING/TRIGGERED: Referências a Ansiedade, Pensamentos Suicidas e Bullying. Caso você não se sinta a vontade com estes temas, melhor evitar este texto.

Eu ainda vou fazer um texto só falando sobre isso, mas ano passado eu começei a ir ao psicólogo. Tanto por vontade própria como por recomendação do meu nutricionista.

Eu tinha vários tipos de pensamentos na minha mente antes de começar a frequentar o consultório de Dr. Pedro, (inclusive fui muito abençoada com a escolha do meu terapeuta, nos damos bem e eu consigo confiar nele, o que é muito importante neste convívio de paciente x terapeuta, tendo alguns amigos próximos já me comentando o quanto é ruim quando isso não acontece).

Do tipo: eu não aguento mais o rumo da minha vida, eu não vejo um futuro tão longo para mim ou mesmo não tenho um sonho forte que me move ou uma vontade tão grande de me permanecer viva e só desejar que a morte chegue logo. Mas, eu percebi que isso foi consequência de muitos problemas do passado que até hoje me afetam, e que se eu não fosse atrás da cura, eu poderia nunca mais sair deste estágio de letargia de simplesmente deixar a vida me levar para a morte.

Então eu resolvi que este ano eu iria finalmente tentar, eu queria me curar...

Passar por um processo desses é uma cirurgia lenta e dolorosa... Curar minhas feridas de um passado cheio de bullying, de pessimismo, de autosabotagem, de abandono tanto de si como dos outros e de ser abandonada por eles, de não me sentir amada, de não me sentir acolhida em nenhum lugar, de sempre ser a estranha...

Eu queria entender o que é realmente se amar, ver as coisas por um bom lado, de ser uma pessoa que sabe que mesmo tendo momentos de tristeza, o sol vai nascer no outro dia e que tudo passa. Que a dor é realmente passageira, e que essas minhas feridas vão sarar um dia.

Saber que cometo erros, mas que eles não são o fim do mundo, de não comparar o aprendizado com a dor e de entender como funciona meu próprio aprendizado, como faço para realmente aprender algo sem pular etapas.

Em saber que mesmo eu sendo orgulhosa, chorona, desligada, grosseira, birrenta, esquecida, que na minha cabeça eu preciso ser perfeita, mas que eu não faço o suficiente para atingir este meu padrão auto criado, que eu me autosaboto para caramba e que me acho feia por tanto tempo ter sido empurrado isso goela abaixo na minha garganta e por não ter conseguido silenciar e até mesmo em vários momentos ter alimentado essas vozes na minha cabeça que repentem o que me falaram há tantos anos.
E depois de cavar isso tudo, ainda conhecer melhor este ser, amá-lo e ser a versão melhor de mim.

Naquele momento eu reconhecia aquilo, e tudo o que eu mais ansiava era algo que eu sempre desejei com todas as minhas forças, que alguém me enxergasse e me desse ajuda.

Foi algo que eu grito por dentro desde que me entendo por gente:

-ALGUÉM!!! Qualquer um, por favor, me ajuda...

Eu precisava de ajuda, mas foi muito difícil reconhecer isso depois de você gritar por ajuda, corre para todos os lugares por anos, mas a ajuda nunca vem... Você simplesmente desiste e só permite que as dores venham, que te machuquem e que te quebrem, você tentou e não viu outra solução...

E esta situação me custou muto caro, custou a minha saúde mental e física.

Eu lembrei que quando eu precisava das coisas, eu mesma precisava ir atrás e consegui vencer minha letargia e fui atrás de algo diferente do que eu já tentava para curar minhas feridas. O que deveria ter sido a minha primeira atitude desde o começo.

Não vou mentir que o medo de me acharem louca e me mandarem para um hospício era bem grande quando era mais nova e esse era um dos motivos de eu não ir atrás de tratamento, além da desinformação e de vários outros fatores que neste momento não são mais que desculpas do século passado.

O tratamento começou com a ajuda de um amigo meu. Ele falou para o psicólogo dele sobre mim, e com base nesta conversa acabamos chegando no doutor Pedro. E resolvi finalmente tentar, eu precisava tentar.

Cura

Depois desta longa introdução preciso dizer que o que eu chamo de processo de cura é exatamente o que estou passando agora, meu coração e minha mente ainda estão muito debilitados, mas aos poucos eu vou reabrindo cada uma das minhas feridas para que elas mesmo doendo muito, possam desta vez, cicatrizar direito.

Eu fico repensando atitudes, tentando entender do porquê das coisas que fiz, do que sinto e de como eu me relaciono com as pessoas que é uma das áreas que foi mais comprometidas do processo.

Outra área muito comprometida é a do aprendizado. Tudo de ruim na época do colégio, eu associei ao estudo, pois em nenhum lugar eu me sentia segura. Então para mim, qualquer área que envolva o aprendizado ficou bastante complicado.

Neste caso, depois das últimas conversas, vi que realmente o melhor seria resetar. Resetar todo meu conhecimento e recomeçar ele do zero em grandesíssima parte das coisas que faço. Fomentar e fortalecer todas as bases, para aí sim voltar a avançar e quem sabe superar meus problemas com o aprendizado.

Vai ser uma das tarefas mais complicadas, mas eu preciso fazer isso por mais assustador que seja.

Ainda não executei este plano mirabolante que provavelmente levarão alguns anos a mais de vida, mas ao meu ver, se eu realmente quero destravar estas habilidades realmente, é algo bem necessário.

Outra coisa que preciso fazer é entender como funciona e como otimizar meu aprendizado, por que eu ainda não sei qual é o melhor método de estudo para mim e como fazer para me organizar no mesmo. Espero logo poder resolver este problema, estou tentando atualmente métodos de organização como o bullet journal e planners, vamos ver como vou me sair!

Por último e não menos importante, preciso entender o que realmente quero da minha vida, o do porque ainda estou viva e no que vou dedicar minha vida a partir de agora. E isto fico feliz de falar para vocês que é a parte que está mais avançada atualmente! Estou descobrindo novas coisas sobre a minha pessoa e amando fazer coisas novas que espero atualizar vocês logo!

É isso meus amados pudins, é um texto pesado, eu sei. Mas, eu precisava falar sobre isso. 

E querido e amado pudim, se você passa por algo similar, por favor procure por ajuda.

Eu sei que às vezes é difícil ganhar das vozes da cabeça ou do orgulho, mas nada é melhor para te ajudar nestes momentos do que ter a ajuda de um profissional!

Esta é a principal mensagem deste texto, quando você estiver precisando, procure por um psicólogo ou psiquiatra, cuide de si. Pois quando mais cedo, menos sequelas serão deixadas em você.

Obrigada a quem leu este texto, espero ter te ajudado de alguma forma ou pelo menos ter te contado uma nova história, até uma próxima!